quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Quem é o novo ministro dos esportes?

Finalmente o Ministério dos Esportes está livre de Orlando Silva, que pediu demissão ontem em encontro com a presidente Dilma Rousseff. Orlando Silva estava desde 2006 no cargo de ministro e nesses quatro anos apenas abaixou a cabeça e aceitou tudo o que vinha do COB, da CBF/FIFA e do presidente Lula. Em nenhum momento o homem que diz ter orgulho de ter lutado pela democracia e pelos estudantes enquanto presidente da UNE, lutou por fazer uma Olimpíada, uma Copa ou um programa de assistência ao esporte de forma limpa. Orlando Silva ficou marcado como uma pessoa de respostas enroladas, e por se comportar de acordo com o comportamento de quem está acima dele.

Pois bem, uma denúncia surgiu, Orlando saiu, e Aldo Rebelo chegou. Isso é solução? Provavelmente não, há um caminho muito longo a ser percorrido para limpar o Ministério dos Esportes, e tudo que o cerca. Infelizmente, sediaremos os dois maiores eventos esportivos do mundo manchados pela corrupção e falta de preparo, mas isso todos já sabiam que ia acontecer. De qualquer forma, vamos esperar que o novo ministro seja capaz ao menos de se impor perante a FIFA, a CBF e o COB. Aldo tem 55 anos, e já foi ministro das Relações Institucionais do governo Lula.

Assim como Orlando Silva, Aldo é filiado ao PC do B, e é considerado polêmico por algumas propostas como a criação do Dia Nacional do Saci-Pererê, que substituiria o Halloween, no dia 31 de outubro. Também criou um projeto para diminuir a quantidade de palavras estrangeiras utilizadas pelos brasileiros, e mais recentemente foi relator do projeto que altera o Código Florestal. Nessa ocasião Aldo defendeu alguns pontos que beneficiariam os donos de terra, e quem já foi preso por cometer crimes ambientais.

Particularmente não sou a favor da posição de Aldo Rebelo quanto à proteção do meio ambiente, e não o vejo como uma pessoa com relação forte o suficiente com o esporte. Mas não há como prever o comportamento do novo ministro daqui pra frente, espero apenas que ele entenda o momento pelo qual estamos passando. O mundo já sabe quem é Ricardo Teixeira, a FIFA já sabe que a presidente Dilma não cederá tão fácil quanto o ex-presidente, mais um esquema de corrupção foi descoberto e está sendo investigado, mais um ministro corrupto caiu...

É um momento único para mudar a forma desrespeitosa com a qual o esporte é tratado no Brasil. Chamem-me de idiota por ser otimista, mas vou acreditar nessa “revolução no esporte” pela qual passa no nosso país, e espero que nosso novo ministro também acredite!

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Breno é apenas mais um garoto a acreditar que apenas o futebol bastará...

Acho que todos tomaram um susto ao ver que o zagueiro Breno do Bayern de Munique havia sido preso, suspeito de ter colocado fogo na própria casa. Afinal com Breno sem espaço no futebol alemão, a última imagem que temos, é do garoto que com 17 anos foi considerado o melhor zagueiro do campeonato brasileiro (Brasileirão de 2007), aquele garoto tímido, tranqüilo, humilde e que sempre estampava um sorriso aberto no rosto.

O que teria acontecido então? É verdade que Breno é realmente culpado? Ainda não foi provado, nem dito com todas as letras que foi Breno quem colocou fogo em sua própria casa, o jogador foi detido apenas como suspeito, já que a lei alemã prevê que seja feita prisão preventiva quando há risco de que a investigação seja prejudicada (por alteração de provas, por fuga de suspeito, etc.).

No entanto, a prisão preventiva de Breno trouxe a tona aspectos da vida do jogador que passavam despercebidos aqui no Brasil. Desde 2008 no Bayern de Munique, o zagueiro nunca se firmou como titular, e jogou apenas 20 jogos, sendo emprestado para o Nuremberg em 2010. Lá chegou como titular, mas com uma contusão no joelho, Breno foi devolvido ao Bayern, e está sem jogar desde então. 

Na Alemanha há uma lei para que o jogador contundido não receba o salário normal, apenas um seguro do clube, situação em que Breno se encontra, e que teria sido um motivador para os problemas emocionais do jogador. O seguro recebido e muito inferior ao salário, o que estaria deixando Breno preocupado e ainda mais pressionado para voltar a jogar.

Além disso, existem rumores de que a esposa de Breno, Renata, o havia deixado, levando os três filhos do casal com ela. Sem perspectivas de voltar aos campos, não podendo arcar com o estilo de vida a que estava habituado, e com problemas familiares, Breno estaria sofrendo de depressão, e isso o teria levado a atear fogo em sua própria casa. Dizem os policiais e bombeiros, que ao chegarem à casa de Breno para controlar o incêndio, viram o jogador sair da casa oferecendo os pulsos para ser algemado.

Tudo isso pode ser apenas suposição, o que é normal numa investigação, os problemas de Breno podem apenas ter coincidido com o acidente. Entretanto, essa situação deve ser analisada, e deve servir com um aviso para clubes e federações, para que cuidem melhor do aspecto social do futebol. Casos de jogadores com depressão e outros problemas emocionais não são raros.

O futebol é um esporte muito competitivo, especialmente nos grandes clubes europeus, e muitos jogadores não têm preparo para lidar com esse tipo de pressão. A maior parte não pensa ser capaz de fazer alguma outra coisa na vida, e acaba depositando todas as esperanças no esporte, e quando ocorre uma situação como a de Breno, fica muito difícil lidar e sair bem dela.

Já passou da hora das federações e dos clubes, especialmente em países como o Brasil (onde a maioria dos meninos que querem jogar futebol é de classe baixa e não têm acesso a uma boa educação), investirem na preparação de profissionais competentes dentro e fora dos campos. Investir na educação e formação cidadã dos jogadores de futebol é investir em bons exemplos para os jovens, e mais que isso, é impedir que mais jovens jogadores, tímidos, tranqüilos, humildes e de sorriso aberto, acabem estampados nas páginas criminais dos jornais.

sábado, 1 de outubro de 2011

Nosso maior símbolo: a Amarelinha

É engraçado como muitos se incomodam com a denominação de “país do futebol” dada ao Brasil, eu mesma me sinto minimizada quando entrevistam um gringo que ao ouvir a palavra Brasil, diz “mulheres, samba e futebol”. Mas assistindo ao Rock in Rio, percebi que depois das habituais bandeiras do Brasil, o segundo símbolo mais utilizado pelos artistas para criar empatia com a platéia, é a camisa da seleção brasileira de futebol.

Flea, baixista do Red Hot Chili Peppers utilizou a amarelinha, assim como Rihana, e até mesmo o vocalista do Maná, Fher Olvera, que não satisfeito em usar a camisa, chutou algumas bolas de futebol para a platéia. Nós sabemos que nosso país é muito mais que futebol, samba e mulheres bonitas. Nós somos, ou ao menos podemos ser, bons em outros esportes, outros estilos de música e em outras características.


No entanto, não há como negar a importância do nosso futebol como um dos nossos maiores símbolos, ao contrário, devemos ter orgulho de nossos jogadores e times que conquistaram essa importância mundial. E mais que isso, que a enorme simbologia que o futebol tem no país seja utilizada para nos ensinar que esse esporte deve ser cuidado e preservado, para que não seja apenas símbolo da habilidade do brasileiro, mas também da dedicação de um povo para preservar parte de sua identidade.

E essa preservação se dará a partir do momento em que deixarmos um pouco de lado nossa paixão “clubística” ou a paixão de alguns pela seleção, para atentar mais às questões políticas e institucionais que cercam esse esporte. Pois essas questões, se mal tratadas, maltratarão o futebol em si, prejudicando inclusive a imagem do Brasil como um todo. Pode não ser o julgamento mais correto, e na minha opinião não é, mas não nos custa nada preservar o nosso símbolo e a nossa paixão da agressão daqueles que só querem tirar proveito da importância do futebol nesse país.

E quem sabe assim, esse comportamento, esse desejo por fazer as coisas certas, esse esforço para proteger o futebol, enquanto esporte, enquanto entretenimento, enquanto símbolo, possa se refletir nas diversas esferas carentes de preocupação e de cuidado civil que esse país possui. Façamos da amarelinha não nosso maior, mas nosso melhor símbolo, e mais que isso façamos dela nosso maior exemplo de como esse país deve ser. Basta você querer, amigo torcedor, e aí nós chegaremos lá...