sábado, 9 de julho de 2011

5º técnico em 2 anos e meio, e 1 presidente em 9 anos...




Ontem foi anunciada a demissão de Paulo César Carpegiani do cargo de técnico do São Paulo Futebol Clube. Desde que Muricy Ramalho deixou o clube, quatro treinadores passaram por lá, e o número 5 está para chegar. Quem será? Cuca, Autuori, Bianchi? O tricolor deu um prazo de quatro rodadas até anunciar seu próximo treinador. Por enquanto, o auxiliar técnico, Milton Cruz, vai ter de segurar a barra mais uma vez.

A demissão de técnicos por uma fase ruim não é novidade no futebol brasileiro. É de se entender que é mais fácil demitir um treinador, do que vários jogadores, ou dirigentes. Mas será que essa é a solução mais correta? No caso de Carpegiani existiram outros fatores, como possíveis problemas com jogadores (incluindo Rivaldo e Rogério Ceni).

Mas existe no SPFC mais um fator, que considero de extrema importância. Entre 2005 e 2008 o tricolor conquistou um número de títulos invejáveis, invejável se tornou também a forma como a política do clube era conduzida. Alternância de poder, contas em dia e aberta para os torcedores, investimentos nas divisões de base e em melhoras do Morumbi... O que está dando errado agora?

A tal estrutura tricolor está funcionando tão mal quanto o time. Sem títulos nos últimos 2 anos, e sem a habitual participação na Libertadores a verba acabou diminuindo. As reformas no Morumbi (iniciadas principalmente para ser sede em 2014) tomaram a maior parte do dinheiro e do tempo do clube. Os garotos da base finalmente começaram a ser usados, mas acabaram desfalcando o time, para servir a "seleção da CBF" (crédito do termo à Mauro Cezar Pereira).


Tudo isso é compreensível. Todo clube terá uma, ou várias vezes, uma fase ruim. Mas considero que a queda do SPFC se inicia no momento em que Juvenal Juvêncio consegue aprovar uma modificação do estatuto, para se perpetuar no poder. Sim, se perpetuar, afinal, ter tido sucesso uma vez o estimulará a fazer outras e outras manobras com o mesmo fim.

JJ é presidente do SPFC desde 2006 (e deverá ser até 2014), lucrou com os investimentos das gestões anteriores, e fez sim um bom trabalho em seus primeiros anos no clube. Mas o desgaste dos jogadores, dos técnicos, dos torcedores parte do desgaste do próprio tricolor com seu presidente. Juvenal não é mais o mesmo, mais fala do que faz, mais reclama do que resolve, e assim o SPFC está se tornando um clube frágil, desorganizado, lento.

O Tribunal de Justiça de São Paulo decretou a anulação da reeleição do cartola, a pedido do vereador Aurélio Miguel, que é também conselheiro do clube, e parte da oposição à JJ. Mas, apoiados na lenta justiça brasileira, que deverá demorar cerca de cinco anos para julgar o caso, os comparsas de Juvenal não temem tal decisão. A oposição no tricolor é fraca, e a torcida tem pouca participação nas decisões no clube.

E assim, o tricolor caminha em direção ao continuísmo, que já destruiu tantos outros clubes. E a torcida fica na esperança de que alguém mostre o caminho da redenção. Mas, posso dizer que esse alguém não será Juvenal Juvêncio!

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