terça-feira, 26 de julho de 2011

Colhemos aquilo que plantamos...


O episódio ocorrido ontem na Taça BH de Juniores vem para ilustrar uma realidade do futebol de base mundial. É exceção o clube que dispõe de acompanhamento social e educacional para seus jovens jogadores. Como já até comentei em um post anterior, no Uruguai, Oscar Tabárez vem tornando realidade a junção entre desenvolvimento social e futebol. Não sabendo se todos os jogadores da base chegarão ao profissional, os uruguaios tornaram obrigatório o estudo nas divisões de base do país, e muitos jogadores estão até entrando para o ensino superior por lá.

No discurso, os cartolas brasileiros dizem possuir boas estruturas e acompanhamento psicológico, social e educacional para os meninos. Mas qualquer um sabe que a realidade não é bem assim. Muitos clubes possuem sim uma boa estrutura física, e profissional, para criar bons jogadores. Mas não para criar bons cidadãos. E aqueles que não tiverem a capacidade de se tornar bons jogadores? Bom, isso é problema deles...

Os próprios jogadores profissionais, com exceção de alguns poucos, não têm nenhuma ambição de estudar, ou mesmo de ter um comportamento que inspire positivamente os jovens jogadores. Muitos saem por aí dando voadoras, ponta-pé, socos, dirigindo alcoolizados, matando ex-namorada, mas esses não são mandados embora, ou sequer punidos. Alguém se lembra de ter visto Luís Fabiano ser punido após esse jogo?


Pois é, agora há um clamor pela expulsão e prisão do goleiro do Sport Sub-20 Gustavo, que deu uma voadora no jogador do Vasco, Elivélton. O presidente do Sport, atendendo ao clamor, expulsou o garoto do time, e agora diz que dará assistência psicológica a ele. Que ao menos a assistência seja dada então, já que estão tirando da vida desse menino um instrumento que deveria funcionar como “socializador”, educador, e pacificador. Mas se os cartolas os criam como bichos, devemos esperar que se comportem como o que?

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